
"Por que deveria eu pelos outros sofrer, quando ninguém por mim irá suspirar?”
Child Harold
Enfim chegará o inverno!-Sinto arder em meu peito, como se fosse larva.
Minhas palavras já não saciam meus sentimentos.
Sinto o frio chegar, tomando meu corpo.
Vem lentamente como agonia, febres de uma noite de orgias!
Uma voz a clamar meu nome,
Um nobre gemido tirou-me de meu leito.
Tal gemido perpetuou-se e calou. Tudo silêncio.
Meu aposento ficou quieto, mórbido e gélido como um cemitério.
Senti tristeza!
Certo amargor seco subiu minha garganta.
Respondi pelo chamado, clamei por uma resposta. Ah! como clamei.
Nada, silêncio reina novamente. Agora me vejo só!
E a incerteza do acaso me perturba a mente, Será que agüentarei até a próxima aurora? Para desvendar tal mistério?
Queria podes resistir!
Tento ocupar minha mente,
Estou a devorando livros...
Eis aqui uma bela tarde de outono onde o sol agoniza e a terna noite começa a reinar impetuosa!
Pois sinto saudade do acalanto da donzela de minhas noites.
Saudade dos seus braços quentes e ardentes.
Saudades de seus lábios a beber os meus.
Não me importo se tenho os lábios ressequidos pela voracidade com que me beija,
Só quero estar em sua companhia.
E também tenho no peito uma saudade daquilo que não conheci (ainda).
Do semblante da enigmática moça que perturba meus sonhos e pensamentos, todos os dias.
Que me faz temer em febre e noites de agonia por querer teu corpo e tua tristeza junto a mim.
A noite chega, o dia agoniza e dá seu last suspiro.
Pois aqui conto um pouco desta história.
Deixo registrado,
Saudades de minha tristeza que
Trilha pelas ruas de São Paulo,
E vaga solitária pelas lápides da triste Consolação.
Temo por perder minha bela pela distância, e temo por perder My Lady, Dark doll...
As amo...
As quero...
Mas não as tenho!
Continuarei triste a vagar sem alma pelas ruas da cidade antiga.
Me embriagarei com vinho e com minhas tristezas,
E serei feliz assim.
Com o amargor no peito de saber que não sou e não tenho ninguém.
Só há eu o papel e a caneta...
-O som do piano retrata toda a minha tristeza.
-em pensar que ainda é domingo (...). Meu peito dói, parece que não acaba nunca!
“-Por quê? É que meu coração em meio às delícias
De uma lembrança ciumenta, constante oprimida
Fria na felicidade presente vai procurar seus suplícios
No futuro e no passado.”
Alexandre Dumas.